Fundado em 08/02/91
Director: João Duarte Oliveira - Director Adjunto: Paulo Andrade
Direcção e Redacção: Rua Padre Américo, nº 1, 3600 Catsro Daire
Telef 232 382 002
ANO XI - Nº 263 - 10 de Janeiro de 2002
por
Manuel Dória Vilar
QUANDO
O PERIGO ESPREITA O AZAR NÃO TEM HORA
Em
tempos que lá vão, as gentes das localidades da Freguesia das
Monteiras ( Carvalhas, Colo de Pito, Monteiras e Relva ),
viveram, durante muitos anos, à luz de candeias a petróleo,
velas e ao próprio luar essa imensa luz natural que
alumiava todas as noites as almas com esperança e sem qualquer
encargo.
Mas
vem o progresso nos anos 80 que se faz acompanhar de novas
tecnologias com as inevitáveis redes de distribuição de
energia eléctrica.
Já
não era sem tempo Colo de Pito finalmente tem
luz . As nossas gentes depressa esqueceram os longos
dias de escuridão e agora até já podem ver
televisão e o acesso a outras modernices.
A
luz eléctrica apareceu e foi uma benção de Deus. Bem haja
Nossa senhora da Saúde, padroeira de Colo de Pito que após
muitos anos de prece ouviu as nossas angústias e ansiedades e
por fim as atendeu.
Mas
apesar disso continuamos a rezar. Porquê ? Para que actualmente
a tão milagrosa luz eléctrica não provoque uma tragédia
individual ou colectiva nesta gente que acredita em Deus, no
destino e sobretudo na boa vontade dos homens.
Diz
o provérbio popular e é bem verdade que quando o perigo
espreita o azar não tem hora . Em toda a Freguesia e
particularmente na aldeia de Colo de Pito, as linhas dos cabos eléctricos
que transportam a electricidade na via pública espalham-se por
todo o lado sem qualquer tipo de segurança.
Essas
linhas, amontoadas e cruzadas, a baixa altitude, em mau estado de
conservação, estão expostas a todo o tipo de perigos, não
oferecendo aos moradores tranquilidade e segurança, tanto no
Largo da Capela como nas restantes ruas, em zonas de passagem diária
de pessoas e animais.
Um
pequeno toque inadvertido num qualquer cabo eléctrico é
suficiente para provocar uma tragédia e um choque de alta
voltagem determina que lá se vai uma alma piedosa deste para o
outro mundo sem se aperceber de quê.
Depois
da tragédia o desespero de quem viu partir um seu ente querido.
Nessa altura outros provérbios tomam lugar na nossa memória
só se lembram de St. Bárbara quando faz os trovões
, depois de casa roubada trancas à porta ,
o seguro morreu de velho e a prudência fui ao enterro (
funeral ) .
Os
moradores de Colo de Pito estão inquietos e inseguros. Não
querem morrer electrocutados. A realização de uma pequena obra
ou a simples mudança de uma telha podem provocar-lhes a morte. O
risco é permanente e o perigo espreita.
Apelamos
aos responsáveis pela instalação e manutenção da rede eléctrica
em Colo de Pito que, com brevidade, efectuem uma vistoria urgente
aos equipamentos instalados e procedam à imediata alteração,
rectificação ou substituição dos cabos eléctricos para se
evitar uma possível tragédia, eliminando, em quanto é tempo, o
perigo e a insegurança de todos nós.
Estamos
no limiar do Séx. XXI e na era do Euro.
Que
bom que era adormecer à luz do luar.
ANO XI - Nº 263 - 10 de Janeiro de 2002