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ANO XI - Nº 263 - 10 de Janeiro de 2002

 por Manuel Dória Vilar

 

QUANDO O PERIGO ESPREITA O AZAR NÃO TEM HORA

Em tempos que lá vão, as gentes das localidades da Freguesia das Monteiras ( Carvalhas, Colo de Pito, Monteiras e Relva ), viveram, durante muitos anos, à luz de candeias a petróleo, velas e ao próprio luar – essa imensa luz natural que alumiava todas as noites as almas com esperança e sem qualquer encargo.

Mas vem o progresso nos anos 80 que se faz acompanhar de novas tecnologias com as inevitáveis redes de distribuição de energia eléctrica.

Já não era sem tempo – Colo de Pito – finalmente tem “ luz “. As nossas gentes depressa esqueceram os longos dias de “ escuridão “ e agora até já podem ver televisão e o acesso a outras modernices.

A luz eléctrica apareceu e foi uma benção de Deus. Bem haja Nossa senhora da Saúde, padroeira de Colo de Pito que após muitos anos de prece ouviu as nossas angústias e ansiedades e por fim as atendeu.

Mas apesar disso continuamos a rezar. Porquê ? Para que actualmente a tão milagrosa luz eléctrica não provoque uma tragédia individual ou colectiva nesta gente que acredita em Deus, no destino e sobretudo na boa vontade dos homens.

Diz o provérbio popular e é bem verdade que “ quando o perigo espreita o azar não tem hora “. Em toda a Freguesia e particularmente na aldeia de Colo de Pito, as linhas dos cabos eléctricos que transportam a electricidade na via pública espalham-se por todo o lado sem qualquer tipo de segurança.

Essas linhas, amontoadas e cruzadas, a baixa altitude, em mau estado de conservação, estão expostas a todo o tipo de perigos, não oferecendo aos moradores tranquilidade e segurança, tanto no Largo da Capela como nas restantes ruas, em zonas de passagem diária de pessoas e animais.

Um pequeno toque inadvertido num qualquer cabo eléctrico é suficiente para provocar uma tragédia e um choque de alta voltagem determina que lá se vai uma alma piedosa deste para o outro mundo sem se aperceber de quê.

Depois da tragédia o desespero de quem viu partir um seu ente querido. Nessa altura outros provérbios tomam lugar na nossa memória “ só se lembram de St. Bárbara quando faz os trovões “, “ depois de casa roubada trancas à porta “, “ o seguro morreu de velho e a prudência fui ao enterro ( funeral ) “.

Os moradores de Colo de Pito estão inquietos e inseguros. Não querem morrer electrocutados. A realização de uma pequena obra ou a simples mudança de uma telha podem provocar-lhes a morte. O risco é permanente e o perigo espreita.

Apelamos aos responsáveis pela instalação e manutenção da rede eléctrica em Colo de Pito que, com brevidade, efectuem uma vistoria urgente aos equipamentos instalados e procedam à imediata alteração, rectificação ou substituição dos cabos eléctricos para se evitar uma possível tragédia, eliminando, em quanto é tempo, o perigo e a insegurança de todos nós.

Estamos no limiar do Séx. XXI e na era do Euro.

Que bom que era adormecer à luz do luar.

 


ANO XI - Nº 263 - 10 de Janeiro de 2002