|
Tradicionalmente, as
actividades principais dos habitantes eram a agricultura e a pastorícia.
Arado ou
Charrua |
|
A agricultura era de
subsistência, em que havia dois grandes tipos de intervenientes.
Os lavradores que
tinham, pelo menos, uma junta de vacas, carro, charrua e demais apetrechos
agrícolas.
Os cabaneiros que,
com a sua enxada, cavavam as terras e executavam outras tarefas
complementares necessárias como o corte do estrume (mato), a segada, etc..
A pastorícia ocupava,
no mínimo, uma pessoa de cada família, que guardava as vacas ou o rebanho de
ovelhas e cabras.
O pessoal disponível
participava, periodicamente, em actividades doutras regiões, como as famosas
“rogas” para as vindimas do Douro.
Hoje, além destas
actividades (que já são em muito menor escala), há o comércio (cafés e
vendedores ambulantes de roupa e calçado) e empregos, fora da terra, nas
mais diversas ocupações (indústria, comércio e serviços).
Além destas
actividades, havia também os artistas (carpinteiros, trolhas, pedreiros), os
artesãos (tamanqueiros, cesteiros, tecedeiras), negociantes e alguns
empregados (cantoneiros).
As gentes da nossa
terra sempre demonstraram um grande sentido de comunidade, participando nos
trabalhos uns dos outros e construindo mesmo edificações comuns.
Nos trabalhos temos,
como exemplos, as segadas, as malhadas, as desfolhadas, as sementeiras, a
matança do porco e os serões de Inverno, onde se faziam os mais diversos
trabalhos (fiar, fazer meia, desbulhar o milho), se convivia e divertia
(contos, adivinhas, jogos de palavras, etc.).
Nas construções podemos, ainda hoje, verificar a utilização das eiras,
fornos, moínhos, caminhos, levadas, açudes, poldras, pontes e poças. São
utilizadas por todos ou por “herdeiros” segundo regras pré-estipuladas.
De notar que, à
semelhança de todo o norte rural, todos se tratam por tio e tia, o que
indicia uma quase relação familiar.
|
Texto:
Delfim Luiz |
|