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FREGUESIA -
MONTEIRAS
Situada
a cerca de 920 metros de altitude, entre os planaltos de Montemuro e Leomil,
nem serra nem vale, é terra de clima áspero. Dista cerca de doze quilómetros
do centro da sede do concelho e ocupa uma área de 2 167 hectares,
distribuídos pelas povoações de Carvalhas, Colo de
Pito, Eido, Monteiras e
Relva. Confronta com os limites das freguesias
de Mezio, Várzea da
Serra, Almofala, Cujó, S.
Joaninho, Castro Daire e Moura
Morta.
Da aspereza do tempo por estas bandas diz
bem o aforismo "Monteiras, terra de tantas laranjas criadas nas piorneiras",
que sintetiza rigorosamente o tipo de culturas aqui existentes. Esta é uma
terrra húmida e fria. Escrevia o cura de 1758, Manuel Rodrigues, na sua
"Memória", que "não está totalmente em alto de serra, porquanto está em um
monte nem muito alto nem muito baixo; porém está cercada de montes
incultos". Por essa altura — dá conta o clérigo —, os regatos que passavam
na freguesia, o Louçã e o Paivô, nasciam "arrebatados" e criavam trutas com
pouca abundância.
Teve ocupação humana em tempos muito
remotos.
Divergem os etimólogos acerca da origem
do topónimo Monteiras. Inclina-se, todavia, a maioria dos estudiosos para
que derive de monumentos de civilização dolménica, embora não se conheçam na
região outras espécies além das mamoas na lombada em torno da
Capela de Nossa Senhora da Ouvida.
Nada se conhece desta terra na
Idade
Média, além de que pertencia ao termo do pequeno julgado de Castro Daire.
Porém, nas Inquirições de
D.
Afonso III diz-se que todo esse termo era foreiro ao
rei
de jugada, citando-se todas as "aldeolas" do julgado abaixo e acima de
Monteiras, sem referência a esta, decerto por omissão (ou o lugar teria
então outro nome).
Fosse como fosse, sabe-se que
D.
Afonso Henriques mandou povoar todo este território, devendo ter-se
incumbido dessa tarefa seu aio e companheiro Egas Moniz, que era então o
prestameiro destas terras regalengas da sua tenência de
Lamego.
Monteiras era um curato anual anexo à abadia de Castro Daire, e deve ter-se
instituído como paróquia nunca antes do século XVI. Talvez houvesse sido
criada depois da eliminação da paróquia do Mosteiro de Baltar, com boa parte
do seu território.
A freguesia dispõe de uma bela
igreja matriz, onde se destaca, pela sua
imponência, o altar-mor.
Cada
povoação, ou lugar principal, tem a sua capela própria, todas bem cuidadas e
algumas, até, profundamente remodeladas. De entre todas, impõe-se a secular
Capela de Santa Luzia.
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