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FREGUESIA - MONTEIRAS

População: 726
Actividades económicas: Agricultura, pecuária, indústrias de mármores e pedra e comércio
Festas e Romarias: Divino Espírito Santo, S. João — Relva (24 de Junho), Senhora da Ouvida (3 de Agosto), Nossa Senhora da Saúde (3.º domingo de Julho) - Colo de Pito e Santa Luzia (13 de Dezembro)
Património: Capela de Santa Luzia, igreja paroquial e Cruzeiro da Independência
Outros Locais: Alto da Ucha
Gastronomia: Carne fumada, bolo-podre e queijo fresco
Artesanato: Cestaria em vime e tecelagem de lã e burel
Colectividades: Associação Cultural Desportiva e Recreativa de Colo de Pito, Associação Cultural Desportiva e Recreativa Relvense, Cooperativa Combate ao Frio e Rancho Folclórico de Relva
Orago: Divino Espírito Santo
Feiras: Anual (3 de Agosto) - Nossa Senhora da Ouvida

 Situada a cerca de 920 metros de altitude, entre os planaltos de Montemuro e Leomil, nem serra nem vale, é terra de clima áspero. Dista cerca de doze quilómetros do centro da sede do concelho e ocupa uma área de 2 167 hectares, distribuídos pelas povoações de Carvalhas, Colo de Pito, Eido, Monteiras e Relva. Confronta com os limites das freguesias de Mezio, Várzea da Serra, Almofala, Cujó, S. Joaninho, Castro Daire e Moura Morta.

Da aspereza do tempo por estas bandas diz bem o aforismo "Monteiras, terra de tantas laranjas criadas nas piorneiras", que sintetiza rigorosamente o tipo de culturas aqui existentes. Esta é uma terrra húmida e fria. Escrevia o cura de 1758, Manuel Rodrigues, na sua "Memória", que "não está totalmente em alto de serra, porquanto está em um monte nem muito alto nem muito baixo; porém está cercada de montes incultos". Por essa altura — dá conta o clérigo —, os regatos que passavam na freguesia, o Louçã e o Paivô, nasciam "arrebatados" e criavam trutas com pouca abundância.
 

Teve ocupação humana em tempos muito remotos.

Divergem os etimólogos acerca da origem do topónimo Monteiras. Inclina-se, todavia, a maioria dos estudiosos para que derive de monumentos de civilização dolménica, embora não se conheçam na região outras espécies além das mamoas na lombada em torno da Capela de Nossa Senhora da Ouvida.

Nada se conhece desta terra na Idade Média, além de que pertencia ao termo do pequeno julgado de Castro Daire. Porém, nas Inquirições de D. Afonso III diz-se que todo esse termo era foreiro ao rei de jugada, citando-se todas as "aldeolas" do julgado abaixo e acima de Monteiras, sem referência a esta, decerto por omissão (ou o lugar teria então outro nome).

Fosse como fosse, sabe-se que D. Afonso Henriques mandou povoar todo este território, devendo ter-se incumbido dessa tarefa seu aio e companheiro Egas Moniz, que era então o prestameiro destas terras regalengas da sua tenência de Lamego.
Monteiras era um curato anual anexo à abadia de Castro Daire, e deve ter-se instituído como paróquia nunca antes do século XVI. Talvez houvesse sido criada depois da eliminação da paróquia do Mosteiro de Baltar, com boa parte do seu território.
 

A freguesia dispõe de uma bela igreja matriz, onde se destaca, pela sua imponência, o altar-mor.

 Cada povoação, ou lugar principal, tem a sua capela própria, todas bem cuidadas e algumas, até, profundamente remodeladas. De entre todas, impõe-se a secular Capela de Santa Luzia.