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CONCELHO
Distribuído por intensa zona
montanhosa e enquadrado nos contrafortes de altas serras interiores —
Montemuro, Gralheira e Caramulo — , associados a grandes vales, o concelho
de Castro Daire é cortado a sul (da vila) pelo buliçoso e despoluído rio
Paiva. As terras de cultivo (que restaram da intensa ocupação florestal),
são aproveitadas pelas populações, ainda há poucos anos isoladas em aldeias
comunitárias, que não perderam os vestígios do passado responsável por tipos
de comportamento cultural e de relações próprias das comunidades serranas,
associadas a duas actividades complementares: agricultura e pastorícia.
O concelho ocupa uma área
aproximada de 376 quilómetros quadrados e reúne vinte e duas freguesias:
Almofala
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Alva |
Cabril |
Castro Daire
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Cujó |
Ermida |
Ester |
Gafanhão
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Gosende |
Mamouros
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Mezio
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Mões |
Moledo |
Monteiras |
Moura Morta |
Parada de Ester |
Pepim |
Picão |
Pinheiro |
Reriz |
Ribolhos |
S. Joaninho
O município é bom
produtor de vinho verde, milho, feijão e batata, em regime minifundiário. Ao
longo dos cursos de água ficam os pastos permanentes e, nalguns sítios e
casos, com duplo aproveitamento: pastos no Inverno e milho no Verão. O
engenho e necessidade de sobreviver adaptaram as vertentes declivosas a
espaços cultiváveis, armados em socalcos. Por outro lado, a vocação
pecuária, ajudada por condições ecológicas próprias, constitui recurso
importante para as populações. Numerosos efectivos de gado miúdo e,
sobretudo, bovino, são presença habitual nos amplos baldios do Montemuro,
aproveitados em comum.
No concelho permanecem seguras
referências à época megalítica que a toponímia confirma: Antas (Covelo do
Paiva), Antas Maiores e Antas Menores (Mezio) e Chãs das Antas (Montemuro).
Célebres são as mamoas da
Senhora da Ouvida
(Monteiras) e Almofala.
Da época castreja, a melhor
alusão está patente nos topónimos Castro Daire, Castro de Cabril e Castro da
Maga (Moledo).
Nas Portas de Montemuro, a que
se tem acesso desde a abertura da estrada que cortou “a mais desconhecida
serra de Portugal” (Amorim Girão), ligando Cinfães a Castro Daire e Lamego,
são visíveis os velhos muros, possivelmente da romanização — ou antes dela
—, ponto de passagem obrigatório dos habitantes da serra, onde confinam três
concelhos: Castro Daire, Cinfães e Resende.
No interior da cerca castreja
levanta-se envergonhada ermida que os muros escondem, sucessora, talvez, de
algum culto pagão.
Dos monumentos mais
representativos do concelho saliente-se a sua igreja matriz, o Palácio das
Carrancas, a Igreja da Ermida e ainda o
Palácio da Justiça, a Capela das Carrancas,
a inscrição da Pedra de Lamas e o Solar dos Aguilares. As Termas do
Carvalhal constituem-se como uma outra forte referência turística da região.
A sua água mineromedicinal, captada entre 40 a 60 metros de profundidade, em
furos devidamente isolados, é classificada como sulfúrea, bicarbonatada,
sódica e fluoretada. Distingue-se pelo seu elevado Ph (9,3). Garantida a sua
estabilidade físico-química e a sua pureza bacteriológica, através de um
controle analítico efectuado nos laboratórios do Instituto Geológico e
Mineiro e da
A.R.S. Viseu,
são estas águas indicadas terapeuticamente para doenças reumáticas e
musculo-esqueléticas, aparelho respiratório e digestivo e problemas de
ginecologia e dermatologia.
Sobre a área do actual
município sabe-se que foi dominada pelo julgado da terra de Moção, cabeça de
concelho do mesmo nome com foral antigo, ao que se crê de D. Afonso III, e
foral novo no século XVI.
Castro
Daire teve carta de foro de D. Afonso Henriques e de privilégio concedida
por
D. Dinis.
D. Manuel
assinou foral novo em
Lisboa, em
1513, e concedeu outros aos extintos
concelhos de Cabril, Mões e Pinheiro (1514).
Localidades do Concelho de Castro Daire |
Adenodeiro, Aguadalte, Além do Rio,
Almofala, Alva, Amial, Arcas, Arinho, Arrifana, Avô, Baltar de
Baixo, Baltar de Cima, Balteiro, Boa Vista, Bogalhão, Braceiro,
Braços de Cá, Braços de Lá, Bustelo, Campo Benfeito, Canado,
Carrasqueira, Carvalha de Alva, Carvalha Seca, Carvalhal,
Carvalhas, Carvalhosa, Casais de Dona Inês, Casais do Monte,
Casal Bom, Casal, Castro Daire, Cela, Cetos, Chãos de Paiva,
Cimo de Aldeia, Codeçais, Codeçal, Colo de Pito, Corgo de Água,
Corredoura, Cortinhas, Cotelo, Coura, Courinha, Covelo de Paiva,
Crasto, Cujó, Custilhão, Desfeita, Eido, Eiriz, Escalabriada,
Ester de Baixo, Ester de Cima, Ester, Estrada, Faifa, Fandinga,
Fareja, Farejinhas, Folgosa, Fundo Vila, Gafanhão, Garcia,
Gavião, Gosende, Gosendinho, Granja, Grijó, Ilha, Laboncinho,
Lamas, Lamelas de Cá, Lamelas de Lá, Levadas, Lobo Joanes,
Lodeiro, Lomba da Avó, Lomba dos Ferreiros, Malhada, Mamouros,
Marinheira, Meã, Mézio, Midões, Moção, Mões, Moimenta, Moinho do
Torneiro, Moinho Velho, Moita, Moledo, Monteiras, Mortolgos,
Mosteiro, Mós, Moura Morta, Nogueira, Nogueirinha, Outeirinho,
Outeiro de Eiriz, Outeiro, Ouvida, Paço, Parada de Ester,
Peixeninho, Pepim, Pereira, Pereiró, Picão, Pinheiro, Ponte da
Ermida, Ponte do Boto, Ponte, Portela de Ribas, Portela, Póvoa
de Montemuro, Póvoa, Quinta das Fontaínhas, Quinta de Rodes,
Quinta de Souto Pinheiro, Quinta do Fundo do Lombo, Quintas,
Raso, Rebentina, Relva, Reriz, Ribas, Ribeira, Ribolhinhos,
Ribolhos, Rossão, Rua, Santa Margarida, Santarém, Santo Estevão,
São Domingos, São Joaninho, Savariz, Seara, Serrinha, Soalheira,
Sobradinho, Sobrado, Sobreda, Solgos, Soutelo, Souto, Termas do
Carvalhal, Trancoso, Tulha Nova, Tulha Velha, Vale Abrigoso,
Vale Carvalho, Vale de Azia, Vale de Figueira, Vale de Matos,
Várzea Longa, Veado, Vila Boa, Vila Franca, Vila Maior, Vila
Meã, Vila Nova, Vila Pouca, Vila Seca, Vilarinho, Vilar, Vila,
Vitoreira |
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